sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O tratamento


Foto tirada hoje aqui no SPA. Já vejo cabelos. rs

Afff, voltei a louca do desabafo né? 
Fiz um post terça e hoje já aqui de novo. Mas é que estou num lugar que me inspira, vim passar 5 dias num SPA... aiiii que chique!!! Não, não é chique coisa nenhuma, é gorda mesmo! hahahahaha
Pois é, engordei 25 kg no primeiro tratamento, aí quando comecei a perder, veio outro tratamento, aí ferrou né? 
E não é só pelo corpo, dessa vez foi muito mais pesado (literalmente hahahaha), mais intenso, mais forte, fisicamente e psicologicamente. Então vim tirar uns dias pra mim, pra minha cabeça e pro meu corpo. Afinal, "eles" merecem não é? Sofreram demais e aguentaram até o fim, se comportaram direitinho.
Outra coisa é exercício físico. Meu corpo simplesmente enferrujou, principalmente as pernas, então aqui o legal é isso, aos pouquinhos estou conseguindo andar melhor, me mexer, as dores vão passando, enfim... precisava desse tempo comigo mesma!
Mas não estou de férias, então trouxe o computador e estou trabalhando por aqui.
Dessa vez o tratamento foi um pouco diferente da outra (4 químios + 1 cirurgia + 3 químios), agora foi primeiro a cirurgia para retirada desses "pózinhos" intrusos que estavam soltos pela barriga e depois mais 6 químios a cada 21 dias.
A cirurgia foi ótima, recuperação boa, mas eu ganhei um presente. Foi colocado um cateter no meu umbigo, o canal por onde seria feito um dos 3 remédios de químio, ou seja, a cada 21 dias, eu faria a aplicação normal pela veia do braço com 2 remédios quimioterápicos e mais esse remédio que seria injetado direto no meu umbigo por esse cateter (horrível por sinal). Óbvio que não sei explicar muito bem, mas numa linguagem bem simples, esse líquido não passaria pela corrente sanguínea e sim iria direto na cavidade, ou sei lá onde. Só sei que imagino uma água molhando toda região do ovário e limpando tudo.
Passando alguns dias da cirurgia, no dia do aniversário do DD, fiquei o dia todo com muita dor na barriga e febre. Dor de chorar. Fui correndo para o hospital e descobri que estava com uma infecção interna, causada pelo próprio cateter. Eu que já estava BEM FELIZ com ele, fiquei mais ainda. rs
Resumindo, foram 10 dias internada para curar essa infecção. Esses dias mexeram comigo. 
Meu emocional deu uma abalada forte, nessa hora senti medo do que podia acontecer, me senti sozinha, sem nada pra fazer, recebendo agulhadas o dia todo, senti o DD triste, preocupado e distante, ficar 10 dias deitada, sem forças para andar, muito fraca, com muita dor, não foi fácil.
Mas tinha minha fiel escudeira ao lado. Minha mãe que ficou os 10 dias comigo, firme e forte. OBRIGADA MÃE!!! Sem você, sei lá!
Saindo do hospital, fui fazer a primeira sessão de químio. Chegando lá, mais uma surpresa... o cateter não funcionou. Provavelmente por causa da infecção, ele criou como se fosse uma "capa protetora" que entupiu a saída do líquido dentro da barriga.
(Só um adendo, eu nessas horas fico imaginando a cara do Dr. André e da Dra. Andréa lendo meu texto e surtando com minhas explicações hahahahaha)   
Enfim... mudança de planos. Vamos tirar o cateter do umbigo (GRAÇAS A DEUS) e fazer tudo pelo jeito normal, pela veia.
E assim foi...
Agora vou dormir, amanhã continuo falando do tratamento, pois minha barriga começou a roncar e a única coisa que tenho aqui no quarto é água e isso nunca matará a fome de uma gordinha.  
Antes só queria agradecer demais pelo tanto de carinho que recebi por ter voltado pro blog. Nossa, fiquei emocionada demais e aproveitei o dia de hoje Thanksgiving (Dia de Ação de Graças), para agradecer MUITOOOO. Agradecer a Deus pela vida, e por ter pessoas queridas como cada um de vocês que perderam um tempinho aqui. O B R I G A D A !!!!   

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O bom filho à casa torna!!!

Minutos antes de raspar novamente o cabelo!!!
                              
Olá! Olá! Olá!
Estou de volta e agora acho que é para ficar. Pois é, sinto falta de meus desabafos por aqui, sempre me fizeram bem, como se fosse um diário de quando éramos crianças e adolescentes. Cada texto que escrevia, me sentia mais leve, mais forte.
Então por que parou de escrever sua tonta? Hahahahahaha
Também não tinha essa resposta até ler agora novamente meu último “post”. Durante todo o tratamento, muitos sentimentos passaram por minha cabeça, e naquele momento, quando tudo acabou, o sentimento era de medo da volta do câncer. E assim, eu acho que preferia fugir do assunto e de tudo que me fizesse lembrar do período de tratamento.
Mas como sou a favor da gente fazer apenas aquilo que temos vontade, parei aquela época, pq não queria mais escrever, mas agora a vontade voltou e aqui estou!!! :)
Vamos lá, o último texto, escrevi em abril de 2015. Depois disso fiquei um lindo período vivendo super bem e feliz. Trabalhando, curtindo amigos, família, meu parceiro DD, cuidando da alimentação, fazendo exercícios físicos e meus acompanhamentos certinhos com meu onco e minha gineco.
Quando em novembro de 2015, em um dos exames, o resultado não foi como eu queria que tivesse sido. Pois é... uma bolinha intrusa apareceu na minha barriga. Graças a Deus em nenhum órgão, mas ela estava ali, na região do ovário (que eu nem tenho mais).
A reação não tinha como ser diferente, noite chorando, apavorada de medo, rezas, mil perguntas, etc...
Fiz uma pequena viagem com o DD para acalmar o coração e tentar entender o que estava acontecendo.
Precisei fazer alguns exames, esperar um pouco para ver como essa “bolinha” estava reagindo em meu corpo e em fevereiro de 2016 foi confirmado que era uma recidiva (que é o reaparecimento da do-ença).
Se eu disser que meu mundo não desabou, estarei mentindo. Sim! Desabou total. Poxa, de novo? O que eu fiz? Onde vacilei? O que o Papai do céu está querendo me mostrar? Agora não terá saída, vou morrer! E agora, minha vida será para sempre assim? Só tristeza? Só tratamento? Acabou minha vida? Mas e meus planos? E meu cabelo que já está lindo, forte e comprido? E o processo de adoção que entramos? O meu noivo não vai aguentar mais uma vez, será melhor eu terminar? E agora estou sem meu pai, será muito mais difícil. Tadinho do meu irmão e mãe, eles não merecem passar por tudo isso de novo!
Essas questões, não são apenas dúvidas que se passam na cabeça, são marteladas 24 horas por dia, marteladas fortes, constantes, continuas... que machucam demais. Foi horrível.
Mas como da outra vez, me permiti esses dias de “luto” para depois me reerguer.
E assim foi... mais uma vez fui ESCOLHIDA PARA OUTRO RECOMEÇO.
Hoje, já terminei o tratamento pesado e faço apenas a manutenção que vai até 2018. Estou super bem, mas aos pouquinhos vou contando como foi o tratamento dessa vez, que foi bem mais difícil do que o primeiro.  Psicologicamente e fisicamente falando.  
Estou feliz por voltar a me “expor” por aqui. Me coloco a disposição para ajudar quem está passando por isso, ou não também, apenas quem quiser conversar ou desabafar, estou aqui. :)

Obrigadaaaaaaaa pelos ombros e ouvidos (ou melhor, olhos né?? Rs)