sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Nesse 1 ano...

                        Desenho feito pelo meu filho na primeira semana em casa. 

Oissssssss!!!
Como vocês estão??? Tudo bem???
Saudades de escrever aqui... meu diário de desabafo.
Hoje deu vontade de escrever.
Meus dias estão um pouquinho corridos, mas normal né? Hoje todo mundo vive ligado nos 220v, fazendo mil coisas ao mesmo tempo e vamos deixando algumas coisas de lado por "falta de tempo". 
Falo por mim, acordo as 5:50 e quando paro pra respirar, ja está na hora de dormir de novo. Puft! Passou o dia! 
Mas isso não acho ruim não, aliás adoroooooo essa rotina maluca de ser mãe de 3, esposa, empresária, cuidar de mim e ainda lavar roupa, fazer comida, arrumar a casa, ser filha, irmã, amiga, ufaaa... quantas funções!!! Mas é tão gostoso!!! 
Um ano se passou desde que meus filhos nasceram pra mim, na verdade 1 ano e 3 meses e desde então muitos desafios surgiram. 
As pessoas sempre me falam que minha vida deve ser uma loucura com 3 filhos que chegaram de um dia pro outro literalmente, mas pra mim, no meio desse turbilhão de "tarefas", o mais difícil é lidar com o turbilhão de EMOÇÕES e SENTIMENTOS que fazem parte do nosso dia-a-dia.
Isso é um pouco mais complexo... não acho tão fácil de lidar quanto as coisas automáticas da vida como ir pro trabalho, levar e buscar filhos na escola, comer e dar de comer, tomar banho e dar banho nos 3,...
Nossa rotina é tranquila, apesar de serem 3 crianças, eles são parceirinhos e consigo fazer tudo com eles, sem problemas, sem birras, sem estresse. (isso facilita bastante a vida, foi a primeira regra que colocamos aqui em casa, LIMITES).
Quando falamos pras pessoas que iríamos entrar na fila de adoção, o que mais ouvimos foi: "mas será uma criança com no máximo até 2 anos né? Pq depois disso já vem com personalidade formada, muita carga emocional, e isso não da certo."
Isso realmente me deixava assustada, principalmente quando ouvia de pessoas que já tinham filhos, pois falavam com propriedade.
Mas DD e eu resolvemos deixar o coração falar e como a certeza que nossos filhos já estavam "escritos" para nós, deixamos acontecer sem especificar quase nada no perfil deles na hora de preencher o formulário obrigatório para a habilitação. (a única certeza que eu tinha era que seriam 3 irmãos). 
Sobre isso que gostaria de falar hoje, sobre a experiência de ter "parido" crianças e não bebês. rs
As gêmeas estavam com 2 anos, logo após 1 semana que estavam com a gente, elas já nos chamavam de papai e de mamãe (na primeira semana eramos titio e titia) e falavam como se sempre tivessem vivido com a gente. Elas tinham muito medo e vergonha das pessoas, afinal era um mundo novo, pessoas estranhas e longe do porto seguro delas que era o abrigo onde estavam desde bebês. Com a gente a segurança até que foi muito rápida, eram 2 grudinhos principalmente comigo, grudadas mesmo, nosso desafio foi tratá-las individualmente, pois com gêmeas e sem conhecê-las muito bem ainda, a tendência era tratá-las como uma só. 
Outro desafio, era dar segurança a elas para enfrentar esse mundão. E as coisas foram fluindo naturalmente, mostrando a elas que o mundo "aqui fora" era bem bacana, que elas podiam caminhar sozinhas pois a mamãe e o papai sempre estariam atrás dando todo suporte, base, proteção e segurança a elas. 
Foram se soltando, o choro na escolinha foi diminuindo ao perceberem que os papais sempre estavam la na saída para trazê-las de volta pra casa, a confiança nas pessoas que queriam o bem delas foi conquistada e nós conseguimos após uns meses diferenciar 100% uma da outra na questão da personalidade (fisicamente demoramos uns 5 dias com lacinho de cor diferente no cabelo rs)   
Já meu filho, foi diferente, ele entendia o que estava acontecendo, lembrava das pessoas que conviveu os 5 anos de sua vida, ele queria ser aceito por nós, ele queria acertar para não ser "devolvido", ele estava empolgado pela vida nova e não sabia lidar com essa empolgação, ele tinha SIM uma bagagem grande nas costas. Ele, ao contrário delas, sabia que o Abrigo não era seu lugar, que o lugar dele era dentro de uma família. Para elas, o importante era estar onde ele estivesse, ele era a referência para as duas. Se ele estava bem, elas ficavam bem também. (Olha a responsabilidade que ele, com apenas 5 anos já tinha). 
Mas o principal de tudo, ele estava grato demais com o papai do céu por realizar seu sonho...ele pedia muito por uma "mamãe" nova e um "papai" novo. 
(palavras de uma tia do abrigo). E conseguiu!!!
Essa parte da gratidão dele por nós é a coisa mais surreal e incrível que já vivi em minha vida. É a forma de amor mais forte que já senti. Ele faz questão de demonstrar isso pra gente a todo momento, em atitudes declaradas e outras nem tanto.
Quando nos conhecemos ele me rejeitou por ter a certeza que "mãe" abandona e ganhou um super herói chamado "pai" que era tudo o que ele queria, um cara alto, forte que brincasse de lutinha com ele, jogasse pra cima e que fosse seu espelho, querendo usar roupa e cabelo igual.
Foram meses sendo testada, rejeitada e ignorada por ele. Tive que colocar na cabeça que eu era a adulta da relação e que tinha que ao mesmo tempo entender que era normal esse sentimento nele, mas era normal também o meu, além do que, eu também fui "rejeitada" por um filho biológico que não pude ter e agora que eu tinha, ele me tratava daquela forma. 
Aos pouquinhos, com MUITO AMOR, fomos nos aproximando, nos conhecendo, adquirindo segurança um no outro.  
Hoje, após 1 ano e 3 meses, posso dizer que nos entregamos a esse sentimento, no momento certo, respeitando cada sensação, cada histórico, mas sempre com pulso firme, limites e conduzindo meu filho pelo que acreditamos ser correto.
Ouvimos MUITO de todas as pessoas ao redor que fomos rígidos com eles, que fomos severos demais, mas uma coisa que sempre tivemos na cabeça (eu e DD) era que os 3 não eram "coitadinhos", "carentes", e que precisávamos compensar o que eles não tiveram esses anos longe da gente. O passado ficou pra trás, agora somos uma família forte, unida, com amor, com segurança e apoio pra tudo o que precisarem, e que temos sim que mostrar o certo e o errado, temos que dar base para nossos filhos. Foi aí que percebi que aquela ideia que escrevi la em cima sobre todos acharem melhor adotar crianças até 2 anos por ser mais fácil de "moldar" é muito errônea, pois meu filho veio com muito mais sede por ser moldado que as meninas, e como entendia muita coisa da situação, ele queria aprender com a gente, achava bacana ser como nós, ter nosso jeito, e é uma cópia em tudo. Sempre que faz algo que não é muito legal, ele pede por favor pra ensiná-lo como fazer diferente. 
Pras meninas é mais "normal" ter papai e mamãe, pro meu filho é tudo o que ele queria, então ele agradece antes de dormir, fala o tempo todo o quanto é legal ter a gente em sua vida, chorou muito de emoção em seu primeiro aniversário na hora do parabéns, pulava e gritava de alegria ao buscá-lo na escola, se empolga com tudo, cada momento é especial, é diferente, é desejado. Se emociona com dia dos pais e dia das mães de um jeito diferente. Enfim... ele é grato em tudo, valoriza tudo e faz questão de mostrar a cada segundo o quanto ama a gente, e o tempo todo dizer o quanto ele sonhou com essa vida.
E o que falar de cada "primeira vez" dele? Era um menino de 5 anos que ficava vidrado na estrada com tantos carros passando, caminhões então, ele batia palma e gritava de felicidade. Primeira festinha na escola, primeira viagem, primeiro dia que dormiu em sua PRÓPRIA cama, ele perguntava o tempo todo com os olhos brilhantes se aquele armário, aquelas roupas, aqueles brinquedos eram SÓ dele. (normalmente temos que ensinar as crianças a dividir seus brinquedos e pertences... com ele era diferente, precisamos mostrar que algumas coisas também podiam ser só dele, que isso existia também, já que em toda sua vida, tudo era compartilhado).
Outro exemplo foi na escola, antes podia fazer a bagunça que fosse, a professora não tinha com quem "fazer reclamação", enquanto seus amiguinhos, as mães eram chamadas. Ele sonhava com esse momento, então esse ano, começou a dar um bom trabalhinho, até que um dia a diretora me chamou e ele ficou feliz da vida. Me abraçou e disse: "Vc vai na minha escola??? Não acredito!!! Que legaaaaalllllll"... ficou feliz demais e acalmou na bagunça. Ele só queria que a mamãe e o papai fossem na escolinha dele. (mesmo sendo pra falar das bagunças hahahaha)   
E assim foi esse primeiro ano de nossa família. Fizemos todo o possível para criarmos nosso vínculo, nossa estrutura, o amor que é conquistado dia após dia, DD e eu ensinando a eles o que é ser "filho" e eles nos ensinando o que é ser "mamãe" e "papai".
Como sempre digo, eles sempre foram nossos, apenas se equivocaram de barriga. rss <3  

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Primeiro Dia das Mães!




Meu nome: Mariana
Meu sonho: Ser mãe!
Falo que nasci com esse sonho, pois desde que me lembro por gente, sonho com meus filhos, com uma barriguinha linda de grávida, com festinha da escola, enfim... casa cheia de alegria.
Em 2012, ao fazer exames de rotina na ginecologista, com a intenção de parar o anticoncepcional e engravidar, descobrimos um tumor no ovário. Com muita tranquilidade, o médico disse que não me preocupasse, pois era benigno, e apenas faríamos uma cirurgia para a retirada desse tumor e que não influenciaria em nada a uma futura gestação.
Mesmo assim,resolvi fazer a retirada de óvulos,para “garantir” meus filhotes.Rs
Feita a cirurgia, fomos eu e minha mãe, ao retorno médico para resultado de biópsia... e aí a bomba veio com tudo. Aquele tumor benígno inofensivo, era na verdade um CÂNCER DE OVÁRIO.
O mundo caiu, o sonho da maternidade parecia distante, pois precisaria, segundo o médico, passar por outra cirurgia para retirar os ovários.
Mas pensando depois com mais calma, lembrei dos óvulos congelados que poderia usá-los e assim finalmente realizar meu sonho.
Fiz mil exames para saber se a doença estava apenas no ovário mesmo ou em mais algum órgão, e saindo os resultados, mais uma super bomba!!! Essa na verdade avassaladora que me fez perder o chão, o teto, as paredes... Teria que além do ovário, retirar também o útero, trompas, etc... fazer uma “limpeza geral”.
Meu sonho de ser mãe havia se tornado algo impossível, e como é difícil a gente colocar os pés no chão, aceitar uma situação que é PARA VIDA TODA, não é mesmo? Como assim eu NUNCA seria mãe nessa vida??? Uma dor profunda no coração, vontade de me enfiar num quarto e nunca mais sair.
O tempo passou, fiz tratamento de quimioterapia, mais 2 cirurgias, e graças a Deus estava curada.
Meu marido, sempre teve um sonho de ter filhos através da adoção, e eu sempre soube disso, mas nunca dei a devida atenção (coisa de mulher querer ficar barriguda rs), mas nesse momento, comecei a olhar para esse sonho dele, como algo muito especial. Por que não??
E a partir daí, meu coração voltou a sorrir, a acalmar, a ter esperança de realização do sonho de maternidade. Minha curiosidade passou de: “será que meu filho terá o nariz igual o meu ou do meu marido?”, “e os olhos?”, para: “Com quantos anos será que ele nascerá para nós?”, “qual será a cor da pele, cabelo e olhos dos meus filhos?”, “em que cidade será que ele nascerá?”, “será que nascerá para mim 1, 2 ou 3 filhos de uma só vez?”, “qual será sua vivência?”, “o que vamos ter que enfrentar juntos?”.
E essas perguntas lotaram meu coração de emoção, amor e felicidade imensa. Demos entrada no processo de adoção e abrimos nosso coração para essa gestação que teve data para começar, mas não sabíamos quando eles nasceriam pra nossa família.
Um dia meu telefone tocou, o melhor telefonema que já recebi na vida até hoje, do Fórum, dizendo que tinha 3 coisinhas lindas esperando por nós, se queríamos conhecer, e enviaram foto... o choro foi inevitável e a pele toda arrepiada em ver que ERAM ELES!!! Naquele momento a “bolsa estourou”, e a felicidade em saber que meu sonho estava sendo realizado, e uma vontade imensa de correr para os braços dos meus 3 filhos não cabia em mim.
E assim eu virei mãe, nossa família aumentou e a vida de nós 5 se transformou. Hoje, já quase 1 ano que estamos juntos, estou vivendo uma das maiores emoções, o primeiro dia das mães. Buscar os filhos na escola e ganhar um presentinho feito por eles, um momento especial para mim e para eles também, (principalmente para o mais velho que já frequentava escola antes), pois ele nunca havia dado o presente feito na escola para ninguém, e isso o incomodava muito, se sentia vazio nessa data, com um presente guardado no armário ou mesmo no lixo... hoje ele teve para quem dar, e eu tive de quem receber.
Nosso abraço disse tudo, eles ficaram felizes com meu choro, pois entenderam a emoção do que eles “causaram” com esse momento.
Hoje olho pra trás e agradeço por tudo que passei, por todo sofrimento e falta de esperança, que no primeiro momento me derrubou, mas que me fez perceber que meus filhos não poderiam vir da minha barriga e sim do meu coração, do meu amor e da minha dedicação em cuidar das 3 pedrinhas mais preciosas do mundo.
Se um dia eu puder dizer algo pra alguém? Que TUDO é possível, até quando você acha que não existe mais possibilidades para a realização do sonho... EXISTE SIM!!! É só você se abrir para o mundo que ele mesmo vai te mostrando o caminho a seguir, até chegar na realização. 💜

   

       

sexta-feira, 13 de abril de 2018

A página virou!!!


Meus 3 filhos!!!
                                                                  
Um ano sem escrever, sem passar por aqui. Meu último post foi dia 25 de abril de 2017 falando para irmos atrás dos sonhos.
Pois é... eu fui!! rs
Antes de continuar lendo esse texto, gostaria MUITO que voltassem lá nas minhas postagens de 2012, em dezembro, no texto MATERNIDADE.
Pronto, agora, depois de quase 6 anos, esse texto de hoje, será a continuação daquele.
Foi muito difícil pra mim essa fase de entendimento que eu não poderia NUNCA MAIS gerar um filho. (esse "nunca mais" é muito forte pra gente né?).
O tempo me mostrou que eu não precisava de uma barriga para ser mãe, pois meu coração, sempre esteve preparado para gerar um filho. Foi aí que me abri com todo amor do mundo para viver esse sonho mágico.
No texto MATERNIDADE a última frase foi a seguinte: "E digo mais, tenho certeza que nesse mundão por aí tem alguma criança esperando e precisando de nós para ser feliz!!!! E essa será nossa missão!! "
E não é que nesse dia já tinha essa criança esperando por mim e pelo Le? rs
Siiiimmmm. Nosso primeiro filho já estava com 6 meses.
Como a mamãe Mari e o papai Le ainda não estavam preparados para recebê-lo, por mil motivos (principalmente a saúde da Mamãe), ele resolveu ficar esperando no Abrigo, até chegar o tempo certo dos papais.
Muitos vão dizer, coitadinho dele ficar tanto tempo no Abrigo, sozinho, judiação. Eu prefiro dizer que esse tempo foi o ideal para que eu e o Le, nos preparássemos para mudar a página de nossas vidas, e recebê-los da melhor forma possível, tempo ideal para meu filho ter suas vivências necessárias, e principalmente, para que desse tempo de minhas outras 2 filhas nascerem e esperarem por nós la no Abrigo também, junto com o irmãozinho.
Essa é a minha PÁGINA VIRADA!!!
Desde junho de 2017, sou MÃE!!
Meus filhos nasceram pra nós há exatamente 10 meses, da forma mais linda, mais certeira, sem nenhum contra-tempo que pudesse ter ocorrido numa adoção. 
Estávamos há quase 2 anos na "fila de adoção" quando meu celular tocou dizendo que era do Fórum, meu coração disparou, como se estivesse estourando a bolsa na gestação. 
E três dias depois do telefonema, nosso primeiro encontro, primeiro momento de nós 5 juntos para nunca mais separar. E desde esse dia, estamos juntos os 5 para viver nossa nova história, nosso livro da vida que está sendo escrito com muito amor, dedicação, união e paciência (as vezes nem tanto) hahahaha.  
Claro que não é fácil, precisei de um tempo pra entender tudo o que estava acontecendo, chorei muito com essa mudança de rotina, literalmente de um dia pro outro. Não tive os 9 meses de preparo. rs
Mas quem disse que seria fácil né? 
O amor vem com o vínculo, com o dia-a-dia, com a segurança de que estamos no caminho certo.
Meu menino e minhas 2 meninas são anjos que me escolheram como mãe e o Le como pai. Fomos abençoados demais e hoje entendo o pq não pude gerar, pois eles já estavam lá, apenas aguardando o nosso encontro, o momento exato para virarmos uma FAMÍLIA.
Hoje consigo escrever, o furacão passou, a rotina já foi estabelecida, nós 5 já estamos nos entendendo melhor, as coisas acalmaram. rsssss
Aos poucos vou contando sobre toda essa experiência. 
Mas gostaria muito de agradecer a vocês que sempre souberam dessa minha vontade de ser mãe, e de algum jeito, mandou energias positivas para a realização desse encontro especial, mágico e de outras vidas!!!
E é claro, obrigada meus filhos por terem nos escolhido!!! Obrigada por preencherem esse vazio que estava aqui dentro. AMO VOCÊS.
Milhões de beijos... Mamãe Mari :)