sexta-feira, 7 de maio de 2021

Vai Passar!!!



Que momento estamos vivendo!

Momento de agonia, medo, tristeza, saudade e milhares de sentimentos, tudo junto e misturado...alguém está super bem?
Acho difícil né?

Mães cansadas com as mil funções que os filhos demandam, pessoas sozinhas sentindo falta do toque, casais separados pela distância, casais em crise pela convivência intensa, pais longe de seus filhos, desempregados com fome e outros cansados com sobrecarga de trabalho, pessoas lutando pra viver e muitas perdas...
Alguns sentindo menos, outros mais, mas acho que todos nós estamos passando por algum processo de mudança interna, de olhar pra dentro da gente ao invés de olhar só pra fora, pro outro. Não de uma maneira egoísta, já que só conseguimos olhar pro outro, quando olhamos em primeiro lugar para nós mesmos.
Momento de olhar pra nossa verdade, quem realmente somos, sentimos e pensamos, momento de buscar nosso estado de ser, nossa essência.
Estávamos acostumados a viver pra fora, deixando a vida nos levar, sendo guiados pelas nossas crenças, aquilo que aprendemos que era o ideal, o correto, o que “tinha que ser feito”.
Aí veio o confinamento para nos convidar (ou na verdade, EXIGIR rs) a mudar esse ritmo e por isso talvez esteja doendo tanto, esteja tão difícil e pesado, pois olhar pra dentro algumas vezes dói, mas é essencial pra enxergar nossa verdade! E isso sim é lindo!
Lindo é entender que somos emoções, podemos sentir todas e aceitar cada uma delas sem olhar pra uma como boa e outra como ruim. Entender que tudo faz parte, que nunca saberemos o que é alegria, sem ter passado pela tristeza. O mesmo pra raiva, medo, ansiedade, etc.
Quando olhamos pra dentro, não temos espaço pra julgamentos, pra apontar o dedo, pra culpar o outro. Entendemos que tudo está dentro da gente, principalmente aquilo que queremos culpar e julgar no outro. Isso não diz respeito ao outro e sim a nós mesmos. (isso me faz pensar nas tantas postagens de críticas, apontar culpados e pessimismos que estamos vendo nas redes sociais).
Mas faz parte, todos estamos sensíveis, cansados desse momento.
Vamos juntos, com a certeza que isso vai passar, que sairemos melhores desse momento, mais fortalecidos e nos conhecemos melhor. 

VAI PASSAR!!! 

Com amor, 

Mari 

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Maternidade: A realização de um sonho!!!

 

Pois é...Realizei meu sonho!

Esse foi meu maior Recomeço, saí de um lugar onde eu “tinha certeza” que não poderia ter filhos, para o lugar de MÃE de 3. hahahahaha
Após alguns anos no processo de Adoção, meus filhos chegaram. E não é que são do jeitinho que desenhamos e imaginamos?
A vida me mostrando mais uma vez que quando desejamos, queremos de verdade, tudo é possível. TUDO!
A vida provando que nada é por acaso e quando bate o desespero, aquele momento que não sabemos pra onde ir, não entendemos os “pqs”, o melhor a fazer é observar, aguardar que realmente o melhor está por vir, ACREDITAR!!!
Nossos filhos já estavam nos esperando, faltava apenas o encontro para vivermos juntos para sempre.
Em junho, fará 4 anos que nossa família se formou, e só posso agradecer a Deus por ter me dado paciência e resiliência pra não desistir desse sonho da maternidade.
Agradecer ao DD por sonhar comigo, olhar pra mesma direção e hoje ser o pai dos meus filhos que também fazia parte do “pacote” nos meus sonhos.
Vamos atrás de nossos sonhos? Não vamos desistir, mesmo diante de tantas barreiras que encontraremos no caminho, pq SIM, elas vão existir, mas o importante é o foco no que queremos, sem culpar os outros, sem arrumar desculpas, empecilhos, sempre olhando pra dentro, pois VOCÊ é merecedor de realizações, acredite nisso!
Obrigada por estarem aqui.
Beijos
Mari Sória

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Por que fui Escolhida para um Recomeço?



Eu fui Escolhida para recomeçar quando escolhi VIVER em 2012, ao tentar engravidar e descobri um câncer de ovário. Foi nesse momento que percebi que havia sido escolhida.
O recomeço é difícil, não nego, preciso lutar contra muitas situações, crenças, olhar muito para minhas sombras, mergulhar fundo no autoconhecimento, ter forças para os dias mais pesados, olhar para algumas coisas do passado e ressignificar com amor, com gratidão por ter vivido e aprendido mas deixá-lo pra trás em seu devido lugar. 
Recomeçar é deixar o orgulho de lado e dizer pra você mesma com leveza: "Bora fazer diferente
?"
Mas ao mesmo tempo, não ter raiva, mágoa, ressentimento do que te fez enxergar que o recomeço era necessário. 
Precisei passar por uma situação muito difícil para entender que precisava desse recomeço, só assim pude enxergar algumas mudanças a serem feitas em minha vida. Geralmente somos assim né
? E está tudo bem!! 😊 
Fui Escolhida para um Recomeço, porque EU decidi que assim fosse. 
Decidi que seguir o fluxo da vida aceitando e recomeçando, seria o melhor para mim, pois recomeçar é uma tarefa diária, é saber que sempre é hora de seguir atrás de novas escolhas, novos caminhos, novos pensamentos, sempre seguindo nosso coração e nossa felicidade.
E você
Por que foi Escolhido(a) para Recomeçar? Me conta
Beijos 
Mari Sória 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Quarentena




Boa tardeeeeeee!!
Estou de volta aqui nesse meu cantinho que tanto amo, meu Diário. (que de diário não tem nada... a última vez que escrevi foi em novembro de 2019 hahahaha)
Hoje acordei com a palavra RECOMEÇO na cabeça, abri o instagram e dei de cara com uma postagem sobre RECOMEÇAR... acho que foi um sinal. 😉
Estou sentindo vontade de escrever, desabafar, compartilhar o meu ponto de vista, isso me faz bem.
Quanta coisa rolou depois do meu último texto... Meu Deussss. Que doideira tudo o que estamos vivendo, né?
Quem um dia poderia imaginar que algo tão pequeno e invisível pudesse mover o mundo inteiro como está movendo
Por aqui, graças a Deus todos bem de saúde, vivendo intensamente a quarentena. E coloca intenso nisso hahahahaha
Confesso que tive muito medo, momentos de tristeza profunda, angustia por não saber o dia de amanhã, medo de perder pessoas que amo, indignação com a situação, medo do desconhecido.
Preocupação com as crianças, em o que fazer com eles dentro de casa trancados, em como ficaria o social deles sem poder ver os amiguinhos, como seria "perder" 1 ano de escola. 
Desespero com relação ao trabalho, a parte financeira.
E as pessoas que ficariam desempregadas? Como comeriam?
Meu relacionamento com o DD, que a partir daquele momento seria tipo um BigBrother... convivência 24 horas por dia, já que trabalharia em casa.
E a saudade das pessoas? Chegava a doer só de pensar.
Precisei parar e refletir (e muita terapia, óbvio), compreender que quanto mais eu estivesse vivendo no medo, mais medo eu teria, quanto mais raiva do momento, mais errado as coisas dariam.
Onde eu chegaria assim, com tantos pensamentos negativos?
Comecei a tentar entender o que o momento estava querendo dizer, o PARA QUE esse vírus apareceu para nós e com o passar dos dias as coisas foram se acalmando em meu coração e compreendi que nada adiantaria ficar daquele jeito, aliás, só seria pior.
Acreditei no momento que fomos "obrigados" a olhar para dentro de nós e dentro de nossa casa, olhar para as pessoas que estavam isoladas com a gente, para as pessoas que não podíamos encontrar, olhar para o Universo, para o outro, para a Natureza, valores, enfim... olhar para coisas que não estávamos olhando há tempos.
Olhar de verdade, encarando de perto as sujeiras que fomos colocando pra baixo do tapete por conta da correria do dia-a-dia, ou pela falta de tempo e paciência, os relacionamentos que fomos deixando de lado por mágoas, orgulho e ego.
Perceber que não somos o centro do Universo de uma maneira egoísta em não ajudar o próximo (como sempre fomos, querendo passar por cima de tudo e todos para conseguir alcançar nossos objetivos), mas ao mesmo tempo, perceber que se a gente se olhar como centro do Universo de maneira cuidadosa com nossos sentimentos, emoções, atitudes, podemos sim mudar o mundo!!!
Mostrou que precisamos olhar para dentro de nós e tomar atitudes, pois sentar na frente de um computador, celular ou TV e colocar a culpa, julgar o outro, é fácil, cômodo, o difícil é tentar entender seu ponto de vista e compreender que o outro, assim como você, tem suas vivências, suas crenças, seu modo de pensar diferente do teu, não precisamos concordar, mas sim, respeitar e viver intensamente a nossa verdade, sem precisar agredir o outro em publicações ou mesmo verbalmente. (falo isso pra tudo, blogueiros, amigos, vizinhos, familiares, emissoras de TV, políticos, etc.)
Senti que agora conheci meus filhos de verdade, na intensidade em escutar "mamãeeeeeeee" o dia todo, conheci suas brincadeiras, suas vontades, seus medos, suas alegrias e tristezas. Oportunidade única em acompanhar o crescimento deles a cada dia, o aprendizado, descobertas, a segurança e vínculo que fortaleceu dentro da gente como família por estarmos 24 horas grudados.
Claro que está sendo cansativo, que dar aula para os filhos não é tão simples assim, que o barulho de 3 crianças ligadas no 220V tem horas que irrita demais, fazer comida o dia todo, limpar a casa e não durar limpa nem por 10 minutos, brigas entre eles, ter que falar 21364785 vezes pra guardar os brinquedos que estão fora do lugar, ixiiii se eu continuar, essa lista ficará enorme hahahahaha. Então prefiro apenas dizer que sem a quarentena, eu continuaria olhando para meus filhos no modo automático, rápido, como estava na correria da rotina. 
Descobri nesse tempo que meu marido é meu melhor amigo. Nos fortalecemos e tivemos mais tempo para nos cuidar... cuidar um do outro, e o principal, tivemos tempo para não deixar nada passar, nenhuma chateação, nenhum desentendimento. Agora temos conversas longas, temos tempo para isso.
A força dele me deu chão e segurança de que tudo vai passar e enquanto não passa, estaremos juntos, os 5, como um time de futebol, onde todos tem sua importante função.
2020, o ano em que muitas pessoas se espiritualizaram, olharam para o céu, mesmo dentro de suas casas.
Ano em que o convite era para conhecer menos pessoas e mais a si mesmo.
Que lindo seria se assim continuássemos não é mesmo?
Mas eu acredito na mudança, acredito que essa situação toda deixará uma sementinha no coração de todos nós que jamais vamos esquecer.
Eu acredito na mudança!!
Eu acredito na resiliência!!!
Eu acredito no recomeço!!!

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

O amor não falha JAMAIS!!

Bom diaaaaaaa!!!!
Tudo bom???
Por aqui tudo bem. 
Depois de quase 10 meses sem escrever, hoje acordei com as mãos coçando de vontade. 
As 6:00 horas fiz aquela rotina básica e louca de preparo para a escola das crianças e quando saíram com o papai, vim correndo abrir o computador.
Em primeiro lugar, dizer que meu tratamento acabou em abril e estou ótima!!! Venci o CA pela terceira vez. (já está na hora do senhor entender que aqui não tem chance né??? rs). Escrevo isso pq a ultima vez que postei estava no começo da químio e não escrevi mais, e recebo e-mails perguntando se estou viva. hahahahaha (parece mentira, mas é verdade!)

Agora queria falar sobre algo que mexeu MUITO comigo essa semana. 
Ainda não li o livro da minha irmã de alma Cecília Sarinho, "O Milagre do Amor", sobre adoção, mas ela postou no insta esse pedacinho e vou confessar que mexeu comigo demais.





Muito verdadeiro...vieram cenas em minha mente, chegou no coração e transbordou nos olhos por aqui. É muito forte isso, algo que não tem explicação.  
Hoje, após 2 anos e 5 meses que minha família se formou, as coisas estão encaixadas, o vínculo foi criado, a segurança dos meus filhos em saber que não serão abandonados novamente por uma família, tudo entrou na linha... mas o começo não é fácil, muitas feridas de todos os lados. Neles e em nós papais tbem. (Pois eh... não é fácil ter como maior sonho ser mãe, e não ter um útero).
Foram meses e meses para essas feridas se fecharem e dar espaço para o amor, elo, vínculo, união, segurança... (claro que temos muitas ainda, mas estamos focados em tratar, amenizar e se Deus quiser, curar).
Paciência, ajuda de profissionais, grupo de apoio à Adoção, e o principal, a parceria que eu e o DD criamos. Essa sem dúvida, pra mim, foi a melhor decisão. 
Não digo sobre nós dois como casal, pois isso já é um outro tema mais complexo hahahahaha mas sim como pai e mãe de 3 crianças que chegaram literalmente de um dia para o outro em nossa vida. 
Tivemos que montar uma parceria forte para um segurar a barra do outro. Com muita conversa, decisões, desabafos, dúvidas, enfim... tudo para encarar esse mundo novo que estávamos vivendo. Afinal, muito se lê em google, instagram, facebook, livros sobre maternidade, como cuidar dos filhos, alimentação adequada para cada fase do bebê, fases do desenvolvimento, higiene, escolaridade, etc etc etc...
E meus filhos que não se encaixavam em nenhuma fase??? 
Minhas filhas com 2 anos, com peso e altura de um bebê de 6 meses, não conseguiam andar direito, correr então, nem se fale. Não pulavam, falavam só umas 3 palavras. Mas ao mesmo tempo, já comiam de tudo, enquanto algumas amigas davam sopinha amassada para os filhos da mesma idade. 
Meu filho com 5 anos, não reconhecia nem mesmo a letra A, falava igual o Cebolinha, não sabia o que era futebol, não conseguia interagir com os amiguinhos da mesma idade, pois as brincadeiras eram muito "modernas" para ele. rssss
Isso era o que as pessoas viam de fora, num momento de lazer, num passeio, numa festinha. 
E o que estava rolando dentro deles? Isso ninguém sabia. 
Ninguém sabia que por trás de cada "diferença" deles comparado com uma criança da mesma idade, havia uma noite de medo de trovão sozinhos na cama sem ninguém para abraçar. Havia um vazio na escola no dia de reunião de pais ou apresentação para a família, onde eles não tinham para onde olhar, pois realmente não tinha ninguém.
Fase da criança onde tudo "é meu", eles não tiveram, pq nunca tiveram nada deles. Tudo sempre foi de todos.
Pessoas não entendiam o pq uma de minhas filhas era muito grudada comigo no começo e não queria sair do colo quando estávamos num local de muita gente.

Cheguei a ouvir, que eu estava deixando ela assim mimada e grudinho. Que eu não estava permitindo socializar e acostumar com as pessoas. 
Mas ninguém sabia que ela passou 2 anos da vida dela com receio de adultos, com medo deles, sem saber o que aquele adulto faria amanhã com ela, se ele iria cuidar ou abandonar. E naquele momento, o meu colo era essencial para ela sentir que agora podia confiar em um adulto e confiando em mim, passaria a confiar nos outros também.
Quando li esse trechinho do livro da Cecília, lembrei de várias cenas que meu filho mais velho me conta dos seus 5 primeiros anos de vida sem a gente, o tanto de coisas que ele tão pequeno precisou passar, a quantidade de situações e conflitos internos, as dúvidas, os perrengues, e até mesmo coisas boas, que ele tem saudades como pessoas que fizeram bem a ele, amiguinhos do abrigo que eram como irmãos. Até isso deve ser difícil lidar né? Deixar pra trás uma vida!!!
E eu me sinto as vezes com o coração na mão, com uma impotência sem tamanho ao não conseguir tirar algumas memórias da cabecinha deles. Mas entendo que isso faz parte do processo, do caminhar, da evolução de cada um. Mas não é fácil. 
Realmente meus filhos sentiam dores que iam MUITO além do que um ralado no joelho, do que um tombinho na sala aprendendo a andar, do que um galo na cabeça, um corte, um roxinho na perna... (entendem agora pq nunca liguei muito para esses machucados? hahaha Pois é, escutei muitooooooo sobre meu "relaxo" com essas situações, mas de verdade pra mim isso é pequeno)
A dor deles era profunda, o medo angustiante, situações que ficarão eternamente em suas memórias. 
E nós mamãe e papai? Só nos resta continuar nesse caminho que estamos, do amor, do ensinamento (com broncas SIM! rs), e seguindo nossos corações, pois esse sim, não falha jamais!!!



   
  










sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

A página virou mesmo???

 Novamente com cara de ovo!!! rss


Quando a gente acha que a página virou, vem a vida e mostra pra gente que não. Ou será que sim?
Muitas perguntas rondaram minha cabeça desde dezembro do ano passado, quando ao abrir meu exame de rotina, o Doutor me olhou e disse: "é... tem uma coisinha aqui... vamos ter que investigar mais."
Em 2 segundos passou tanta coisa na minha cabeça, tantos medos, dúvidas, "pqs", uma vontade enorme de fugir. 
Saímos da consulta, DD e eu, arrasados. E lógico, o primeiro pensamento: Nossos filhos!!!
Após uma semana, com outro exame em mãos, meu médico confirmou que teria que fazer quimioterapia pois o câncer havia "voltado" (não é exatamente essa palavra que eu usaria, pois isso não me pertence, ele nunca voltou, nem foi, nem existiu rs).
O mundo desaba, a fé não existe, a raiva da vida prevalece.

Mas ok... não quero falar desses dias chatos.
Eu me enganei quando dizia antes que a página havia virado, que agora a história de minha vida seria outra, como mãe, sem tratamento, mas a vida me mostrou que não é bem assim, que a história é a mesma e que os capítulos vão e voltam, acontecem, pois a história de nossa vida toda já está escrita, nós apenas temos que ler nosso livro e deixar fluir... viver!!! 
Viver e agradecer, agradecer pelas vivências, pela oportunidade de aprendizado, pelo crescimento e evolução.
Nossaaaaaaaaaaaaaaaaa, mas como é difícil agradecer alguma situação ruim né? Tipo: "Obrigada vida pelo câncer!" hahahahahahaha
Mas é isso mesmo, obrigada pela oportunidade de aprendizado, obrigada por TUDO o que eu enxergo durante os dias difíceis de tratamento, pelo tanto que me redescubro, me curo de todas as emoções vividas no passado, me afasto de algumas e me enamoro por outras pessoas que são de verdade, a claridade sobre o meu eu interior, a aproximação com nosso Deus e com nossas crenças. 
E vamos indo... dias gostosos, dias mais chatos, dias enjoados, dias fracos, dias de cama, e assim vamos até abril! 
Já são menos 2 sessões de quimioterapia, faltam só 4.
Meus filhos estão ótimos, lidando melhor do que eu imaginava com tudo isso, me dão força, me dão amor e alegria. Ajudaram raspar meu cabelo, as meninas querem usar lenço todos os dias na cabeça e os 3 adoram "passar a mão na carequinha" hahahaha 
Estamos bem acompanhados, temos um time lindo ao nosso lado nessa batalha, pessoas iluminadas que estão a todo momento nos amparando, ajudando, nos mantendo fortes.  
Vamos lá, sem desanimar (mas permitindo isso acontecer), afinal... 
FUI ESCOLHIDA PARA UM RECOMEÇO!!! E sou grata por isso!!!  
   


sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Nesse 1 ano...

                        Desenho feito pelo meu filho na primeira semana em casa. 

Oissssssss!!!
Como vocês estão??? Tudo bem???
Saudades de escrever aqui... meu diário de desabafo.
Hoje deu vontade de escrever.
Meus dias estão um pouquinho corridos, mas normal né? Hoje todo mundo vive ligado nos 220v, fazendo mil coisas ao mesmo tempo e vamos deixando algumas coisas de lado por "falta de tempo". 
Falo por mim, acordo as 5:50 e quando paro pra respirar, ja está na hora de dormir de novo. Puft! Passou o dia! 
Mas isso não acho ruim não, aliás adoroooooo essa rotina maluca de ser mãe de 3, esposa, empresária, cuidar de mim e ainda lavar roupa, fazer comida, arrumar a casa, ser filha, irmã, amiga, ufaaa... quantas funções!!! Mas é tão gostoso!!! 
Um ano se passou desde que meus filhos nasceram pra mim, na verdade 1 ano e 3 meses e desde então muitos desafios surgiram. 
As pessoas sempre me falam que minha vida deve ser uma loucura com 3 filhos que chegaram de um dia pro outro literalmente, mas pra mim, no meio desse turbilhão de "tarefas", o mais difícil é lidar com o turbilhão de EMOÇÕES e SENTIMENTOS que fazem parte do nosso dia-a-dia.
Isso é um pouco mais complexo... não acho tão fácil de lidar quanto as coisas automáticas da vida como ir pro trabalho, levar e buscar filhos na escola, comer e dar de comer, tomar banho e dar banho nos 3,...
Nossa rotina é tranquila, apesar de serem 3 crianças, eles são parceirinhos e consigo fazer tudo com eles, sem problemas, sem birras, sem estresse. (isso facilita bastante a vida, foi a primeira regra que colocamos aqui em casa, LIMITES).
Quando falamos pras pessoas que iríamos entrar na fila de adoção, o que mais ouvimos foi: "mas será uma criança com no máximo até 2 anos né? Pq depois disso já vem com personalidade formada, muita carga emocional, e isso não da certo."
Isso realmente me deixava assustada, principalmente quando ouvia de pessoas que já tinham filhos, pois falavam com propriedade.
Mas DD e eu resolvemos deixar o coração falar e como a certeza que nossos filhos já estavam "escritos" para nós, deixamos acontecer sem especificar quase nada no perfil deles na hora de preencher o formulário obrigatório para a habilitação. (a única certeza que eu tinha era que seriam 3 irmãos). 
Sobre isso que gostaria de falar hoje, sobre a experiência de ter "parido" crianças e não bebês. rs
As gêmeas estavam com 2 anos, logo após 1 semana que estavam com a gente, elas já nos chamavam de papai e de mamãe (na primeira semana eramos titio e titia) e falavam como se sempre tivessem vivido com a gente. Elas tinham muito medo e vergonha das pessoas, afinal era um mundo novo, pessoas estranhas e longe do porto seguro delas que era o abrigo onde estavam desde bebês. Com a gente a segurança até que foi muito rápida, eram 2 grudinhos principalmente comigo, grudadas mesmo, nosso desafio foi tratá-las individualmente, pois com gêmeas e sem conhecê-las muito bem ainda, a tendência era tratá-las como uma só. 
Outro desafio, era dar segurança a elas para enfrentar esse mundão. E as coisas foram fluindo naturalmente, mostrando a elas que o mundo "aqui fora" era bem bacana, que elas podiam caminhar sozinhas pois a mamãe e o papai sempre estariam atrás dando todo suporte, base, proteção e segurança a elas. 
Foram se soltando, o choro na escolinha foi diminuindo ao perceberem que os papais sempre estavam la na saída para trazê-las de volta pra casa, a confiança nas pessoas que queriam o bem delas foi conquistada e nós conseguimos após uns meses diferenciar 100% uma da outra na questão da personalidade (fisicamente demoramos uns 5 dias com lacinho de cor diferente no cabelo rs)   
Já meu filho, foi diferente, ele entendia o que estava acontecendo, lembrava das pessoas que conviveu os 5 anos de sua vida, ele queria ser aceito por nós, ele queria acertar para não ser "devolvido", ele estava empolgado pela vida nova e não sabia lidar com essa empolgação, ele tinha SIM uma bagagem grande nas costas. Ele, ao contrário delas, sabia que o Abrigo não era seu lugar, que o lugar dele era dentro de uma família. Para elas, o importante era estar onde ele estivesse, ele era a referência para as duas. Se ele estava bem, elas ficavam bem também. (Olha a responsabilidade que ele, com apenas 5 anos já tinha). 
Mas o principal de tudo, ele estava grato demais com o papai do céu por realizar seu sonho...ele pedia muito por uma "mamãe" nova e um "papai" novo. 
(palavras de uma tia do abrigo). E conseguiu!!!
Essa parte da gratidão dele por nós é a coisa mais surreal e incrível que já vivi em minha vida. É a forma de amor mais forte que já senti. Ele faz questão de demonstrar isso pra gente a todo momento, em atitudes declaradas e outras nem tanto.
Quando nos conhecemos ele me rejeitou por ter a certeza que "mãe" abandona e ganhou um super herói chamado "pai" que era tudo o que ele queria, um cara alto, forte que brincasse de lutinha com ele, jogasse pra cima e que fosse seu espelho, querendo usar roupa e cabelo igual.
Foram meses sendo testada, rejeitada e ignorada por ele. Tive que colocar na cabeça que eu era a adulta da relação e que tinha que ao mesmo tempo entender que era normal esse sentimento nele, mas era normal também o meu, além do que, eu também fui "rejeitada" por um filho biológico que não pude ter e agora que eu tinha, ele me tratava daquela forma. 
Aos pouquinhos, com MUITO AMOR, fomos nos aproximando, nos conhecendo, adquirindo segurança um no outro.  
Hoje, após 1 ano e 3 meses, posso dizer que nos entregamos a esse sentimento, no momento certo, respeitando cada sensação, cada histórico, mas sempre com pulso firme, limites e conduzindo meu filho pelo que acreditamos ser correto.
Ouvimos MUITO de todas as pessoas ao redor que fomos rígidos com eles, que fomos severos demais, mas uma coisa que sempre tivemos na cabeça (eu e DD) era que os 3 não eram "coitadinhos", "carentes", e que precisávamos compensar o que eles não tiveram esses anos longe da gente. O passado ficou pra trás, agora somos uma família forte, unida, com amor, com segurança e apoio pra tudo o que precisarem, e que temos sim que mostrar o certo e o errado, temos que dar base para nossos filhos. Foi aí que percebi que aquela ideia que escrevi la em cima sobre todos acharem melhor adotar crianças até 2 anos por ser mais fácil de "moldar" é muito errônea, pois meu filho veio com muito mais sede por ser moldado que as meninas, e como entendia muita coisa da situação, ele queria aprender com a gente, achava bacana ser como nós, ter nosso jeito, e é uma cópia em tudo. Sempre que faz algo que não é muito legal, ele pede por favor pra ensiná-lo como fazer diferente. 
Pras meninas é mais "normal" ter papai e mamãe, pro meu filho é tudo o que ele queria, então ele agradece antes de dormir, fala o tempo todo o quanto é legal ter a gente em sua vida, chorou muito de emoção em seu primeiro aniversário na hora do parabéns, pulava e gritava de alegria ao buscá-lo na escola, se empolga com tudo, cada momento é especial, é diferente, é desejado. Se emociona com dia dos pais e dia das mães de um jeito diferente. Enfim... ele é grato em tudo, valoriza tudo e faz questão de mostrar a cada segundo o quanto ama a gente, e o tempo todo dizer o quanto ele sonhou com essa vida.
E o que falar de cada "primeira vez" dele? Era um menino de 5 anos que ficava vidrado na estrada com tantos carros passando, caminhões então, ele batia palma e gritava de felicidade. Primeira festinha na escola, primeira viagem, primeiro dia que dormiu em sua PRÓPRIA cama, ele perguntava o tempo todo com os olhos brilhantes se aquele armário, aquelas roupas, aqueles brinquedos eram SÓ dele. (normalmente temos que ensinar as crianças a dividir seus brinquedos e pertences... com ele era diferente, precisamos mostrar que algumas coisas também podiam ser só dele, que isso existia também, já que em toda sua vida, tudo era compartilhado).
Outro exemplo foi na escola, antes podia fazer a bagunça que fosse, a professora não tinha com quem "fazer reclamação", enquanto seus amiguinhos, as mães eram chamadas. Ele sonhava com esse momento, então esse ano, começou a dar um bom trabalhinho, até que um dia a diretora me chamou e ele ficou feliz da vida. Me abraçou e disse: "Vc vai na minha escola??? Não acredito!!! Que legaaaaalllllll"... ficou feliz demais e acalmou na bagunça. Ele só queria que a mamãe e o papai fossem na escolinha dele. (mesmo sendo pra falar das bagunças hahahaha)   
E assim foi esse primeiro ano de nossa família. Fizemos todo o possível para criarmos nosso vínculo, nossa estrutura, o amor que é conquistado dia após dia, DD e eu ensinando a eles o que é ser "filho" e eles nos ensinando o que é ser "mamãe" e "papai".
Como sempre digo, eles sempre foram nossos, apenas se equivocaram de barriga. rss <3