Carla, Bruna, Flávia, Mari e Maria Laura. As cinco na corrente da cura!!! |
Em janeiro de 2013, escrevi um post sobre AMIGOS pra dizer que realmente tenho muita sorte em ter por perto tantas pessoas queridas e especiais.
Tenho muitos amigos e amigas de verdade, que me ajudaram demais a passar por toda essa fase chatinha.
Mas hoje vim falar especialmente de quatro pessoinhas, ou melhor, Franguinhas. rsss
Quem acompanha o blog vai lembrar, das amigas que mandavam "presentinho de químio", a cada sessão uma surpresa linda! Pois é... são essas gatas aí.
Bruna é amiga há 31 anos, dizem por aí que já aprontávamos juntas de dentro da barriga de nossas mães quando elas estavam juntas.
Carla é minha amiga há 12 anos, apareceu através de outro amigo que amo e não teve como, mais uma irmã pra coleção.
Flávia e Laura, são minhas amigas há 12 anos também, nos conhecemos na faculdade, e moramos juntas por 4 anos no APÊ DAS FRANGAS. Minhas eternas daminhas.
(Tenho que colocar em ordem alfabética e escrever do mesmo jeitinho sobre cada uma senão o ciúme rola solto aqui viu? hahahahaha Mas elas sabem que o espaço de cada uma dentro do meu coração é exatamente do mesmo tamanho).
Com o tempo, elas se conheceram através de mim e ficaram amigas também, mas como moramos cada uma em uma cidade, dificilmente estávamos as cinco juntas.
Assim que ficaram sabendo que eu estava com câncer, elas se uniram numa só força, no amor, na corrente do bem e venceram comigo, pois JUNTAS SOMOS MAIS FORTES.
Minhas franguinhas, amo demais, sabem que sou louca por vocês e faço qualquer coisa pela felicidade das quatro. Obrigada Deus por colocar essas anjas ao meu lado, cuidaram de mim direitinho!! rsss
Melhor deixar que elas contem um pouquinho do lado da "amiga de uma paciente", que de verdade, não é nada fácil também.
Vê se eu me aguento com os depoimentos de cada uma.
obs: Vale chorar ok?? hahahaha
“Tão
longe, tão perto”
Por
Bruna, Carla, Flávia e Laura
Campinas, Pinda, São
Paulo, Santo André, Santos, Praia Grande, Franca, Ribeirão Preto... Cinco
corações espalhados, cada um em um canto, unidos por uma causa, uma força, um
desejo, um objetivo: a cura da Mari. Não foi fácil driblar a distância física
em um momento em que o que mais queríamos era estar perto, pegar no colo, fazer
a dor sumir, mandar o pesadelo embora.
Cinco personalidades
diferentes, relações diferentes, reações diferentes, o mesmo amor. Desde o
começo, quando a Mari contou sobre a descoberta da do-ença, durante todo o tratamento até a notícia da cura,
desenvolvemos uma energia positiva que nos embalou e ensinou uma lição pra vida
inteira: “juntas somos mais fortes”.
Foi uma união bacana e
uma aproximação muito legal entre a gente nesse período. Temos certeza de que
isso nos “ajudou a ajudá-la”, pois quando uma não tinha força, sabia que outra
de nós estaria de prontidão... E, sem querer, de uma ideia inocente de
agradá-la em um momento de tensão, que foi a primeira sessão de químio, nasceu
um compromisso que levamos adiante, de sempre enviarmos um “mimo” pra ela se
sentir lembrada nessas horas chatinhas. A cada presentinho que ela recebia –
flores, chocolates, lenços... –, eram as cinco juntas naquele momento, mesmo
que por alguns segundos... dando força, mandando energia. E assim foi... até a
celebração da cura!
BRUNA |
“Quando fiquei sabendo
precisei ser amparada por ela! Não sou uma pessoa que aceito fácil doenças e
possíveis perdas, em especial de uma das pessoas que mais amo na vida.
Ela me disse: 'Fique
calma! Vai ficar tudo bem e vamos vencer isso!'. Se disser que fiquei mesmo
calma estaria mentindo... Mas aceitei e enfrentei por ela da melhor maneira que
pude.
Escondi meu sofrimento
e meu choro por diversas vezes, pois imaginava que aquela garra dela poderia
ser abalada... Mal sabia!... No período de tratamento, das quimioterapias, da
perda de cabelo percebia que eu sofria mais do que ela própria.
Não foi fácil pra ela!
Não foi um período tranquilo! Não foi uma 'fase ruim' que depois passaria!
Aquilo era a luta pela vida! E uma luta muito injusta, em minha opinião. De
remédios pesados, dores físicas, cansaço mental, uma energia ruim contra a
minha pequena Mari.
Só que eu estava
enganada... Ela não é minha amiga pequena e frágil. Aquela que chorava para
depilar a perna e fazia escândalo para tomar uma injeção. Desde que soube pelo
que teria que passar se transformou na maior guerreira que eu já vi na minha
vida.
E essa luta, até então
vista como injusta por mim foi uma luta de 'igual para igual'.
Ela ganhou! Ela saiu
vitoriosa disso tudo!
Percebi que meu
sofrimento de nada precisou... Era só o apoio mesmo que ela precisava. Das
energias positivas cada vez que ia para a sessão de quimio. Das rezas infinitas
enquanto era operada. Da minha amizade e do meu gigantesco amor por ela.
De tudo, o que ficou
foi a lição. A lição de que Deus só nos concede o fardo que somos capazes de
carregar. Nada mais! O fardo da Mari foi muito pesado e ela nos ensinou que já
que não temos opção de escolha, devemos passar por isso da melhor maneira
possível. E conseguiu enxergar o lado positivo de tudo! Muito mais do que todos
nós que estávamos em volta... Passando por isso por tabela.
Hoje ela é mais do que
nunca meu porto seguro, onde corro quando tenho qualquer tipo de problema, de
tristeza, de dúvida... E por que? Só para poder ouvir da voz dela me dizendo: 'Fique
calma! Vai ficar tudo bem e vamos vencer isso!'.
Essa frase NUNCA MAIS
saiu da minha cabeça.”
CARLA |
“'Sabe aquele teratoma
benigno e inofensivo? Então, bem, na verdade, é câncer'. Até hoje não sei
explicar se foi a calma e a serenidade com que a Mariana me deu essa notícia,
mas desde aquele dia eu sabia que ia ficar tudo bem. Era só uma questão do bom
e velho tempo, aquele aliado filho da mãe que nos acalma e mantém em desespero
em todos os perrengues dessa vida.
É óbvio que essa certeza não evitou o choro escondido, o desespero e a sensação de impotência ao vê-la descobrir que não poderia realizar o sonho de ser mãe, ter que raspar o cabelão gigante, ficar enjoada depois da químio, sentir dor, e eu não podia fazer nada!!!!
Mas maior que tudo isso foi testemunhar uma transformação, por dentro e por fora, que ensinou – e continua ensinando – muito marmanjo a encarar a vida com outros olhos: Foco, Força e Fé!
E ela venceu! É o meu orgulho! Foi escolhida a dedo para vir a esse mundo e inspirar as pessoas com sua história de guerreira de fé e vitoriosa. E eu só tenho a agradecer a Deus por ter o privilégio de tê-la em minha vida e poder chamá-la de amiga-irmã.
É óbvio que essa certeza não evitou o choro escondido, o desespero e a sensação de impotência ao vê-la descobrir que não poderia realizar o sonho de ser mãe, ter que raspar o cabelão gigante, ficar enjoada depois da químio, sentir dor, e eu não podia fazer nada!!!!
Mas maior que tudo isso foi testemunhar uma transformação, por dentro e por fora, que ensinou – e continua ensinando – muito marmanjo a encarar a vida com outros olhos: Foco, Força e Fé!
E ela venceu! É o meu orgulho! Foi escolhida a dedo para vir a esse mundo e inspirar as pessoas com sua história de guerreira de fé e vitoriosa. E eu só tenho a agradecer a Deus por ter o privilégio de tê-la em minha vida e poder chamá-la de amiga-irmã.
A dor passou, o cabelo
voltou a crescer e a gente aprendeu que ser mãe não é necessariamente gerar um
bebê. Na verdade, a gente aprendeu muito mais que isso. Que, às vezes, é
preciso passar um perrengue ferrado e ter a confiança de que o que está por vir
é muuuuito melhor. E valorizar quem te ama e, de alguma maneira, está sempre
por perto.
A você que está lendo
esse blog em busca de uma resposta sobre como reagir diante de uma
notícia-bomba com alguém muito querido, preciso lhe dizer: não tem segredo, não
tem manual, não tem fórmula mágica. A única coisa nesse mundo que vai te
mostrar como agir em uma hora difícil como essa é o amor. O resto vem naturalmente.
Cada um reage e se expressa de um jeito diferente. E não existe mais nem menos
quando o que você tem a oferecer é genuíno e gratuito. Seja lá quem estiver
passando por essa barra só espera que você seja você mesmo.”
FLÁVIA |
“Há cerca de dois anos, recebia uma ligação chocante e que me deixou arrasada. Minha amiga querida, minha frangona, estava com câncer.
'- Oi? Câncer? Mari, melhor procurar outros médicos, não é possível! Ninguém com 30 anos tem isso!' Ela já logo respondeu: '- Fran, é câncer. Sei há um mês. Vou ter que tirar tudo. Mas não é o fim do mundo e vai dar tudo certo'.
'- Oi? Câncer? Mari, melhor procurar outros médicos, não é possível! Ninguém com 30 anos tem isso!' Ela já logo respondeu: '- Fran, é câncer. Sei há um mês. Vou ter que tirar tudo. Mas não é o fim do mundo e vai dar tudo certo'.
Minha reação foi
péssima, liguei para minha mãe e para a Laura aos prantos, fiquei mal uma
semana... Por um tempo achei que ela estava 'se fazendo' de forte, que a ficha
ainda não tinha caído... Mas não... Só começava a grande lição que ela nos deu
e nos dá a cada dia. A força era para vencer e para viver.
Nunca me esquecerei do
INCRÍVEL Réveillon em Santos, na casa do super querido Edgard, aquela energia boa,
todos juntos e unidos em pensamento positivo para enfrentar a barra que seria
2013. Nesse mesmo final de semana, a vi sem a Zaca (apelido carinhoso que
dei à prótese capilar que ela usava, Zaca de Zacarias, para quem ainda não
entendeu, hahaha). Ela estava tímida, não queria que ninguém a visse careca
e eu fui, a apoiei, disse que era a careca mais linda do mundo e fui correndo
pro banheiro chorar escondida. Não é fácil ver quem você ama sofrendo, com
dor... E ela não merecia aquilo tudo... Fiquei muito revoltada, confesso. Mas
aprendi MUITO também...
Mari, o exemplo que
você me deu de coragem, garra e vontade de vencer e ser feliz, me ajudou muito
mais do que você imagina. Revolta, tristeza e pessimismo nada nos trazem de
bom. Se sempre agora eu conseguir enfrentar minha vida, pelo menos 10% de como
você vive a sua e enfrentou tudo isso, ficarei muito feliz.
Sabe aquele ditado?
Transforme a crise em oportunidade? Mari soube como ninguém tirar grande lições
disso tudo e ainda teve força para ajudar quem precisa através do blog e de
suas palestras. 'Ídala' ou não? É a minha. E das grandes! Te amo!
MARIA LAURA |
“Mariana! Sempre
chamei a Mari de Mariana! Deve ser porque a gente quase não se matava, né; mas
logo passava, porque a amizade prevalece quando é verdadeira! E eu adoro
chamá-la de Mariana!
Na noite do
telefonema, foi uma surpresa, que delícia receber uma ligação de uma amiga,
ainda mais nos tempos de hoje, em que tudo é face, whats, e-mail,
e eu não tinha um telefone bom pra ter o tal do facetime (lembram?
motorola com flip!). Mas naquela noite não era uma boa notícia, não foi. Foi
difícil acreditar e entender o que ela falava: 'oi? como assim? tá Mariana, não
entendi...' Depois de alguns minutos, sem ar, e a pergunta: mas por quê? Chorei.
E pra quem me conhece de verdade, sabe que não sou de chorar.
Bom, depois disso
tudo, eu pensei: Meu Deus, vai dar tudo certo né! A Mariana nos surpreendeu,
com sua força, coragem e fé. Ela demonstrava essa fortaleza porque talvez sabia
o quanto é difícil para as pessoas ao seu redor passar por isso. E venceu. Essa
do-ença não sabia com quem estava se metendo, e eu sei bem viu!
Talvez a Mariana nesse
período de quimio, cirurgia, consultas e mais consultas, pode ter pensado que
estive um pouco ausente, mas não teve um dia sequer em que não pensei nela, e
rezei. Rezei muito, acreditei, tive fé. E fui acompanhando cada passo, cada
vitória, cada palavra que ela escrevia, cada presente das frangas, e eu abria
um sorriso grande quando ela postava no face com foto e tudo: eeeeee, recebeu
mais uma dose de amor, de carinho... e isso me deixava muito feliz.
Mari, poderia escrever
mais um monte de coisas sobre esse período, dessa página virada da vida, mas o
mais importante que tenho a dizer é: obrigada! Agradeço pelo aprendizado de fé,
persistência, amor, coragem e amizade de sempre pra sempre. Juntas somos mais
fortes. Um beijo grande!”