terça-feira, 22 de julho de 2014

Juntas, fomos e somos mais fortes!!!


Carla, Bruna, Flávia, Mari e Maria Laura. As cinco na corrente da cura!!!

Em janeiro de 2013, escrevi um post sobre AMIGOS pra dizer que realmente tenho muita sorte em ter por perto tantas pessoas queridas e especiais.
Tenho muitos amigos e amigas de verdade, que me ajudaram demais a passar por toda essa fase chatinha.
Mas hoje vim falar especialmente de quatro pessoinhas, ou melhor, Franguinhas. rsss 
Quem acompanha o blog vai lembrar, das amigas que mandavam "presentinho de químio", a cada sessão uma surpresa linda! Pois é... são essas gatas aí. 
Bruna é amiga há 31 anos, dizem por aí que já aprontávamos juntas de dentro da barriga de nossas mães quando elas estavam juntas.
Carla é minha amiga há 12 anos, apareceu através de outro amigo que amo e não teve como, mais uma irmã pra coleção. 
Flávia e Laura, são minhas amigas há 12 anos também, nos conhecemos na faculdade, e moramos juntas por 4 anos no APÊ DAS FRANGAS. Minhas eternas daminhas. 
(Tenho que colocar em ordem alfabética e escrever do mesmo jeitinho sobre cada uma senão o ciúme rola solto aqui viu? hahahahaha  Mas elas sabem que o espaço de cada uma dentro do meu coração é exatamente do mesmo tamanho).
Com o tempo, elas se conheceram através de mim e ficaram amigas também, mas como moramos cada uma em uma cidade, dificilmente estávamos as cinco juntas. 
Assim que ficaram sabendo que eu estava com câncer, elas se uniram numa só força, no amor, na corrente do bem e venceram comigo, pois JUNTAS SOMOS MAIS FORTES.
Minhas franguinhas, amo demais, sabem que sou louca por vocês e faço qualquer coisa pela felicidade das quatro. Obrigada Deus por colocar essas anjas ao meu lado, cuidaram de mim direitinho!! rsss  
Melhor deixar que elas contem um pouquinho do lado da "amiga de uma paciente", que de verdade, não é nada fácil também. 
Vê se eu me aguento com os depoimentos de cada uma. 
obs: Vale chorar ok?? hahahaha
                                                

“Tão longe, tão perto”

Por Bruna, Carla, Flávia e Laura

Campinas, Pinda, São Paulo, Santo André, Santos, Praia Grande, Franca, Ribeirão Preto... Cinco corações espalhados, cada um em um canto, unidos por uma causa, uma força, um desejo, um objetivo: a cura da Mari. Não foi fácil driblar a distância física em um momento em que o que mais queríamos era estar perto, pegar no colo, fazer a dor sumir, mandar o pesadelo embora.

Cinco personalidades diferentes, relações diferentes, reações diferentes, o mesmo amor. Desde o começo, quando a Mari contou sobre a descoberta da do-ença, durante todo o  tratamento até a notícia da cura, desenvolvemos uma energia positiva que nos embalou e ensinou uma lição pra vida inteira: “juntas somos mais fortes”.

Foi uma união bacana e uma aproximação muito legal entre a gente nesse período. Temos certeza de que isso nos “ajudou a ajudá-la”, pois quando uma não tinha força, sabia que outra de nós estaria de prontidão... E, sem querer, de uma ideia inocente de agradá-la em um momento de tensão, que foi a primeira sessão de químio, nasceu um compromisso que levamos adiante, de sempre enviarmos um “mimo” pra ela se sentir lembrada nessas horas chatinhas. A cada presentinho que ela recebia – flores, chocolates, lenços... –, eram as cinco juntas naquele momento, mesmo que por alguns segundos... dando força, mandando energia. E assim foi... até a celebração da cura!


BRUNA
                                                                           
“Quando fiquei sabendo precisei ser amparada por ela! Não sou uma pessoa que aceito fácil doenças e possíveis perdas, em especial de uma das pessoas que mais amo na vida.
Ela me disse: 'Fique calma! Vai ficar tudo bem e vamos vencer isso!'. Se disser que fiquei mesmo calma estaria mentindo... Mas aceitei e enfrentei por ela da melhor maneira que pude.
Escondi meu sofrimento e meu choro por diversas vezes, pois imaginava que aquela garra dela poderia ser abalada... Mal sabia!... No período de tratamento, das quimioterapias, da perda de cabelo percebia que eu sofria mais do que ela própria.
Não foi fácil pra ela! Não foi um período tranquilo! Não foi uma 'fase ruim' que depois passaria! Aquilo era a luta pela vida! E uma luta muito injusta, em minha opinião. De remédios pesados, dores físicas, cansaço mental, uma energia ruim contra a minha pequena Mari.
Só que eu estava enganada... Ela não é minha amiga pequena e frágil. Aquela que chorava para depilar a perna e fazia escândalo para tomar uma injeção. Desde que soube pelo que teria que passar se transformou na maior guerreira que eu já vi na minha vida.
E essa luta, até então vista como injusta por mim foi uma luta de 'igual para igual'.
Ela ganhou! Ela saiu vitoriosa disso tudo!
Percebi que meu sofrimento de nada precisou... Era só o apoio mesmo que ela precisava. Das energias positivas cada vez que ia para a sessão de quimio. Das rezas infinitas enquanto era operada. Da minha amizade e do meu gigantesco amor por ela.
De tudo, o que ficou foi a lição. A lição de que Deus só nos concede o fardo que somos capazes de carregar. Nada mais! O fardo da Mari foi muito pesado e ela nos ensinou que já que não temos opção de escolha, devemos passar por isso da melhor maneira possível. E conseguiu enxergar o lado positivo de tudo! Muito mais do que todos nós que estávamos em volta... Passando por isso por tabela.
Hoje ela é mais do que nunca meu porto seguro, onde corro quando tenho qualquer tipo de problema, de tristeza, de dúvida... E por que? Só para poder ouvir da voz dela me dizendo: 'Fique calma! Vai ficar tudo bem e vamos vencer isso!'.
Essa frase NUNCA MAIS saiu da minha cabeça.”

  
CARLA

“'Sabe aquele teratoma benigno e inofensivo? Então, bem, na verdade, é câncer'. Até hoje não sei explicar se foi a calma e a serenidade com que a Mariana me deu essa notícia, mas desde aquele dia eu sabia que ia ficar tudo bem. Era só uma questão do bom e velho tempo, aquele aliado filho da mãe que nos acalma e mantém em desespero em todos os perrengues dessa vida.
É óbvio que essa certeza não evitou o choro escondido, o desespero e a sensação de impotência ao vê-la descobrir que não poderia realizar o sonho de ser mãe, ter que raspar o cabelão gigante, ficar enjoada depois da químio, sentir dor, e eu não podia fazer nada!!!!
Mas maior que tudo isso foi testemunhar uma transformação, por dentro e por fora, que ensinou – e continua ensinando – muito marmanjo a encarar a vida com outros olhos: Foco, Força e Fé!
E ela venceu! É o meu orgulho! Foi escolhida a dedo para vir a esse mundo e inspirar as pessoas com sua história de guerreira de fé e vitoriosa. E eu só tenho a agradecer a Deus por ter o privilégio de tê-la em minha vida e poder chamá-la de amiga-irmã.
A dor passou, o cabelo voltou a crescer e a gente aprendeu que ser mãe não é necessariamente gerar um bebê. Na verdade, a gente aprendeu muito mais que isso. Que, às vezes, é preciso passar um perrengue ferrado e ter a confiança de que o que está por vir é muuuuito melhor. E valorizar quem te ama e, de alguma maneira, está sempre por perto.
A você que está lendo esse blog em busca de uma resposta sobre como reagir diante de uma notícia-bomba com alguém muito querido, preciso lhe dizer: não tem segredo, não tem manual, não tem fórmula mágica. A única coisa nesse mundo que vai te mostrar como agir em uma hora difícil como essa é o amor. O resto vem naturalmente. Cada um reage e se expressa de um jeito diferente. E não existe mais nem menos quando o que você tem a oferecer é genuíno e gratuito. Seja lá quem estiver passando por essa barra só espera que você seja você mesmo.”


FLÁVIA
“Há cerca de dois anos, recebia uma ligação chocante e que me deixou arrasada. Minha amiga querida, minha frangona, estava com câncer.
'- Oi? Câncer? Mari, melhor procurar outros médicos, não é possível! Ninguém com 30 anos tem isso!' Ela já logo respondeu: '- Fran, é câncer. Sei há um mês. Vou ter que tirar tudo. Mas não é o fim do mundo e vai dar tudo certo'.
Minha reação foi péssima, liguei para minha mãe e para a Laura aos prantos, fiquei mal uma semana... Por um tempo achei que ela estava 'se fazendo' de forte, que a ficha ainda não tinha caído... Mas não... Só começava a grande lição que ela nos deu e nos dá a cada dia. A força era para vencer e para viver.
Nunca me esquecerei do INCRÍVEL Réveillon em Santos, na casa do super querido Edgard, aquela energia boa, todos juntos e unidos em pensamento positivo para enfrentar a barra que seria 2013. Nesse mesmo final de semana, a vi sem a Zaca (apelido carinhoso que dei à prótese capilar que ela usava, Zaca de Zacarias, para quem ainda não entendeu, hahaha). Ela estava tímida, não queria que ninguém a visse careca e eu fui, a apoiei, disse que era a careca mais linda do mundo e fui correndo pro banheiro chorar escondida. Não é fácil ver quem você ama sofrendo, com dor... E ela não merecia aquilo tudo... Fiquei muito revoltada, confesso. Mas aprendi MUITO também...
Mari, o exemplo que você me deu de coragem, garra e vontade de vencer e ser feliz, me ajudou muito mais do que você imagina. Revolta, tristeza e pessimismo nada nos trazem de bom. Se sempre agora eu conseguir enfrentar minha vida, pelo menos 10% de como você vive a sua e enfrentou tudo isso, ficarei muito feliz.
Sabe aquele ditado? Transforme a crise em oportunidade? Mari soube como ninguém tirar grande lições disso tudo e ainda teve força para ajudar quem precisa através do blog e de suas palestras. 'Ídala' ou não? É a minha. E das grandes! Te amo!

MARIA LAURA
“Mariana! Sempre chamei a Mari de Mariana! Deve ser porque a gente quase não se matava, né; mas logo passava, porque a amizade prevalece quando é verdadeira! E eu adoro chamá-la de Mariana!
Na noite do telefonema, foi uma surpresa, que delícia receber uma ligação de uma amiga, ainda mais nos tempos de hoje, em que tudo é face, whats, e-mail, e eu não tinha um telefone bom pra ter o tal do facetime (lembram? motorola com flip!). Mas naquela noite não era uma boa notícia, não foi. Foi difícil acreditar e entender o que ela falava: 'oi? como assim? tá Mariana, não entendi...' Depois de alguns minutos, sem ar, e a pergunta: mas por quê? Chorei. E pra quem me conhece de verdade, sabe que não sou de chorar.
Bom, depois disso tudo, eu pensei: Meu Deus, vai dar tudo certo né! A Mariana nos surpreendeu, com sua força, coragem e fé. Ela demonstrava essa fortaleza porque talvez sabia o quanto é difícil para as pessoas ao seu redor passar por isso. E venceu. Essa do-ença não sabia com quem estava se metendo, e eu sei bem viu!
Talvez a Mariana nesse período de quimio, cirurgia, consultas e mais consultas, pode ter pensado que estive um pouco ausente, mas não teve um dia sequer em que não pensei nela, e rezei. Rezei muito, acreditei, tive fé. E fui acompanhando cada passo, cada vitória, cada palavra que ela escrevia, cada presente das frangas, e eu abria um sorriso grande quando ela postava no face com foto e tudo: eeeeee, recebeu mais uma dose de amor, de carinho... e isso me deixava muito feliz.
Mari, poderia escrever mais um monte de coisas sobre esse período, dessa página virada da vida, mas o mais importante que tenho a dizer é: obrigada! Agradeço pelo aprendizado de fé, persistência, amor, coragem e amizade de sempre pra sempre. Juntas somos mais fortes. Um beijo grande!”